Fotos colhidas do Google
Sofro com a destruição do País, com o descalabro e o desabamento das políticas públicas e emudecimento da democracia . Sofro com uma dor doída demais, uma dor que começa matraqueando o peito, garganta, língua, pulsos, olhos, ouvidos, cérebro até o fundo da alma. Uma dor bandida, indigesta, nefasta...
De qualquer
forma que venha eu não permito que seja um sofrimento qualquer, desses
que deixam a gente acabrunhado. Será sempre contundentemente
contra-atacado por outros sentidos que o destruirão com altivez,
sobriedade, inteligência, e estratégia. O bom combate é aquele em que
percebemos e entendemos as características do inimigo, detectando suas
idiossincrasias e seus pontos frágeis. Poderia até ser de outra forma
este embate, mas o quadro político que se estabeleceu nos empurrou ao
momento atual de uma forma inusitada. Não percebemos o rolo compressor
de ideias estúpidas se formando no alto da barragem, e como um
Brumadinho, tudo deslanchou encobrindo o País numa lama cáustica de
politicagem bestial e ideologias escrotas.
Em meio aos horrores e gritos por liberdade, riscaram poesias num canto de rua, escritas com palavras cinzas e pálidas nos muros do tempo. Sonharam mundos menos cruéis e mais libertos dos insistentes atrasos seculares. No peito de muitos, sobraram vozes vibrantes de indignação e repúdio entre os entulhos do horizonte cinzento. Sobraram nossos dias intermináveis e cheios de indignação, nossas vozes em algazarra pedindo um mundo mais justo e humano, ecoando nas ruas e nos rios dos teus olhos. Sobraram gritos estridentes de corpos entre os dentes afiados das intempéries vorazes sedentas de sangue e lágrimas; Corpos ainda misturados na lama escura, sentindo o sabor amargo dos dias e as terríveis torturas de todas as noites das ditaduras.
Estamos numa vala profunda e instável. Os dias mastigam prantos contidos, sussurrando mantras regeneradores entre as ondas escuras. Sigamos então sobre a névoa de poeira sem temer os desdobramentos que os dias vão tecendo em nossas atitudes. Pressinto o toque de nossas mãos acariciando as manhãs e jorrando sementes iluminadas que nascerão livres nos campos e na alma de todas as gerações. Acordemos então todas as horas, todos os instantes dos dias, para dissipar as cinzas densas da alma e deixar o sol com sua luz revigorante, curativa, reveladora e intensa, despejar sonhos e iluminar caminhos livres até os campos floridos da democracia!
*Os textos e fotos de Dario Junior estão licenciados pela Creative Commons. Qualquer utilização, só será possível com a autorização prévia do autor, que deverá ser consultado.Em meio aos horrores e gritos por liberdade, riscaram poesias num canto de rua, escritas com palavras cinzas e pálidas nos muros do tempo. Sonharam mundos menos cruéis e mais libertos dos insistentes atrasos seculares. No peito de muitos, sobraram vozes vibrantes de indignação e repúdio entre os entulhos do horizonte cinzento. Sobraram nossos dias intermináveis e cheios de indignação, nossas vozes em algazarra pedindo um mundo mais justo e humano, ecoando nas ruas e nos rios dos teus olhos. Sobraram gritos estridentes de corpos entre os dentes afiados das intempéries vorazes sedentas de sangue e lágrimas; Corpos ainda misturados na lama escura, sentindo o sabor amargo dos dias e as terríveis torturas de todas as noites das ditaduras.
Estamos numa vala profunda e instável. Os dias mastigam prantos contidos, sussurrando mantras regeneradores entre as ondas escuras. Sigamos então sobre a névoa de poeira sem temer os desdobramentos que os dias vão tecendo em nossas atitudes. Pressinto o toque de nossas mãos acariciando as manhãs e jorrando sementes iluminadas que nascerão livres nos campos e na alma de todas as gerações. Acordemos então todas as horas, todos os instantes dos dias, para dissipar as cinzas densas da alma e deixar o sol com sua luz revigorante, curativa, reveladora e intensa, despejar sonhos e iluminar caminhos livres até os campos floridos da democracia!
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