quinta-feira, 14 de março de 2019

O BRASIL E O ESPECTRO DA VIOLÊNCIA





                             
Texto: Dario Junior




Será que um massacre como esse da Escola Raul Brasil em  Suzano-SP, onde morreram 10 pessoas incluindo 6  jovens assassinados por outros dois, vai ser suficiente para barrar essa onda armamentista tão prejudicial ao termômetro comportamental do País? Será? 

Vejo perspectivas que poderão nos levar a uma grande discussão sobre escolarização, educação democrática e a valorização do discurso de paz em confronto com a violência, a barbárie, e os prejuízos fatais dessa glamourização da cultura das armas e da matança indiscriminada que vem assolando o País, como um espectro assustador incomodando todos. Esta mesma glamourização das armas e o discurso rasteiro sujo de uma parcela apodrecida da política, acordou os idiotas que estavam em processo  de estúpida hibernação desde o golpe de 64, trouxe à tona os mais indignos sentimentos de uma elite/classe média burra, saudosa de uma ditadura militar caduca (derrotada pelo povo) e dos movimentos nazifascistas que destruíram sociedades livres inteiras, matando milhões de seres humanos por onde passaram. 

O governo com o seu discurso violento  e a aprovação de leis para distribuir armas com a população tem um alvo certo: a desincumbência do mesmo em tratar das questões sobre violência, deixando a população indefesa e ao Deus-dará. É um governo inepto que não quer trabalhar, exatamente por não saber produzir políticas públicas. Não tem estudo sério sobre o assunto e suas equipes de governo nunca leram nada sobre a pasta que assumiram. Existe um vazio cerebral no governo que levará a sociedade ao caos se não for urgentemente estancado.

É visível e óbvio que temos no País hoje um regime fascista/fundamentalista de extrema direita, empossado por um golpe de estado e por propagandas falsas que proliferaram no período de campanha como um vírus perigoso e fatal, contaminando mentes e plantando mentiras. Esse mesmo governo fascista não se intimidou em incentivar seus eleitores a levantarem as mãos num gesto de arma, fazendo do gesto absurdo algo enaltecedor do caráter e virilidade, com uma mensagem subliminar de que agora a segurança é por sua conta, o governo só se preocupará com questões mais relevantes como, lombadas eletrônicas,  guerra na Venezuela, censura em cartilhas de saúde, cor da roupa de meninos e meninas, redução do salário mínimo, reforma da previdência para matar os velhinhos, privatizações e demissões, entrega total do pré-sal, militarização das escolas e outros temas “tão relevantes quanto”. O problema da violência, segundo o governo, estará resolvido quando cada um tiver as suas próprias   armas e decidir matar quem quiser, quando quiser e onde quiser.

  *Os textos e fotos de Dario Junior estão licenciados pela Creative Commons. Qualquer utilização,  será possível com a autorização prévia do autor, que deverá ser consultado.

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