Texto: Dario Junior
Vejo perspectivas que poderão nos levar a uma grande discussão sobre escolarização, educação democrática e a valorização do discurso de paz em confronto com a violência, a barbárie, e os prejuízos fatais dessa glamourização da cultura das armas e da matança indiscriminada que vem assolando o País, como um espectro assustador incomodando todos. Esta mesma glamourização das armas e o discurso rasteiro sujo de uma parcela apodrecida da política, acordou os idiotas que estavam em processo de estúpida hibernação desde o golpe de 64, trouxe à tona os mais indignos sentimentos de uma elite/classe média burra, saudosa de uma ditadura militar caduca (derrotada pelo povo) e dos movimentos nazifascistas que destruíram sociedades livres inteiras, matando milhões de seres humanos por onde passaram.
O governo com o seu discurso violento e a aprovação de leis para distribuir armas com a população tem um alvo certo: a desincumbência do mesmo em tratar das questões sobre violência, deixando a população indefesa e ao Deus-dará. É um governo inepto que não quer trabalhar, exatamente por não saber produzir políticas públicas. Não tem estudo sério sobre o assunto e suas equipes de governo nunca leram nada sobre a pasta que assumiram. Existe um vazio cerebral no governo que levará a sociedade ao caos se não for urgentemente estancado.
É visível e óbvio que temos no País hoje um regime fascista/fundamentalista de extrema direita, empossado por um golpe de estado e por propagandas falsas que proliferaram no período de campanha como um vírus perigoso e fatal, contaminando mentes e plantando mentiras. Esse mesmo governo fascista não se intimidou em incentivar seus eleitores a levantarem as mãos num gesto de arma, fazendo do gesto absurdo algo enaltecedor do caráter e virilidade, com uma mensagem subliminar de que agora a segurança é por sua conta, o governo só se preocupará com questões mais relevantes como, lombadas eletrônicas, guerra na Venezuela, censura em cartilhas de saúde, cor da roupa de meninos e meninas, redução do salário mínimo, reforma da previdência para matar os velhinhos, privatizações e demissões, entrega total do pré-sal, militarização das escolas e outros temas “tão relevantes quanto”. O problema da violência, segundo o governo, estará resolvido quando cada um tiver as suas próprias armas e decidir matar quem quiser, quando quiser e onde quiser.
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