domingo, 27 de julho de 2014

O ABSURDO DAS PROPAGANDAS DE REMÉDIOS E O NOVO COLONIALISMO INDUSTRIAL

O Ministério da Saúde e da Educação bem que poderiam intervir na esculhambação que se tornou a propaganda de remédios na TV brasileira. Há tempos que não assisto TV comercial, mas ultimamente tive a preocupação em acompanhar a exibição de propagandas de remédios em horários variados e fiquei estarrecido com a atitude desumana com que a imprensa vem produzindo seus comerciais. É recorrente o fato de que não se entende nada do que se diz nos finais das propagandas, na hora da advertência obrigatória final do Ministério da Saúde, em tela azul com letras brancas que quase sempre apresentam-se tremidas, perdem o foco ou saem mais rápido da tela do que o tempo estabelecido, e pior ainda: ouve-se um som ininteligível de disco acelerado ou uma linguagem indecifrável na hora do áudio de advertência final do Ministério, que deve ser obrigatoriamente colocado em todas as propagandas de remédios do País, perfeitamente audível e visível, como forma de controle da automedicação.

Tal fato só vem demonstrar o pouco caso que a indústria farmacêutica, juntamente com a imprensa capitalista e perversa tem com a saúde do povo brasileiro. Não é de hoje que sofremos tal agressão. Lembrem-se das empresas e indústrias de bebidas alcoólicas, telefonia, cartão de credito, call centers diversos e uma série de outros serviços precários, incluindo-se ai o bancário, que vivem destruindo nossa saúde e paciência com recursos mirabolantes de enrolação e desprezo, a nós, eternos clientes engaiolados em arapucas preparadas com todo requinte de maldade e prazo de fidelidade, demonstrando assim que estamos sendo subjugados desde muito tempo, a uma nova forma estúpida de colonialismo: o colonialismo industrial.
Não sei quando isso vai acabar e nem até onde pode ir... Os procons e tribunais de pequenas causas se encontram abarrotados de cidadãos reclamantes e já cansados de tanta impunidade. A demanda é tanta que já não vale mais a pena reclamar.

...e as empresas vilãs, com carinhas de anjo, a rirem de nós como se fôssemos idiotas, exibindo diuturnamente na mídia propagandas totalmente enganosas e desrespeitosas nos horários mais nobres da TV, demonstrando por A+B que são boazinhas, que investem em tecnologia, que preocupam-se com nós clientes e com nosso dinheiro, que são patriotas e que prezam por nossa saúde e um futuro mais humano para todos... Até quando, isso!?

 
*Os textos e fotos de Dario Junior estão licenciados pela Creative Commons. Qualquer utilização,  será possível com a autorização prévia do autor, que deverá ser consultado.

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domingo, 13 de julho de 2014

A VOZ DA COMUNIDADE E A DEFESA DOS BENS CULTURAIS!



Texto: Dario Junior
em 10 de julho de 2014

Alguns "artistas e ativistas culturais", transmutados vez em quando em "cabos eleitorais", não se cansam  em vender o seu próprio sentimento de classe. Eles continuam negociando este sentimento nobre que ainda nos resta nos pulsos e que nos move para lutas que serão eternas e infindáveis. De agora em diante eu recomendo abrirmos bem os olhos e ouvidos para observarmos cuidadosamente o transcorrer desse filme e podermos agir com a razão.

Esta cumplicidade visivelmente presente dos "artistas e ativistas" com o sistema, apenas beneficia outros, os políticos oportunistas de plantão, que continuarão com a sua implacável destruição dos bens culturais e do que nos resta de comunidade. Aos que ainda estão vivos, deixo um recado: não acreditem em políticas públicas praticadas de cima para baixo; não acreditem em falsas propagandas enaltecendo a participação popular nas políticas culturais de qualquer governo estabelecido. Isso tudo é balela, é passageiro e não precisamos apenas de passagens...
                                       
Os verdadeiros movimentos sociais e culturais não se vendem, não buscam cargos e não compactuam com governos, empresas edazes ou partidos políticos. Os verdadeiros movimentos sociais e culturais, exigem! imprimem! dialogam! forçam políticas públicas de qualidade e buscam no comunitário a sua força maior! Não acreditem em movimentos socioculturais vindos das profundezas carcomidas de um poder político vigente. Precisamos todos, fazedores culturais e agentes de transformação social (educadores, artistas, sindicalistas, estudantes, cidadãos) pensar no presente e também no futuro! Nas inúmeras gerações que virão e que precisarão de um canal livre e liberto das amarras sistêmicas, para existirem, para se pronunciarem, para se expressarem.

Não quero dizer com isto que os governos nunca praticam políticas culturais importantes para comunidade. Os bons governos praticam sim, e até tentam emplacar projetos culturais "relevantes", mas que serão sempre limitados e distanciados das bases comunitárias. Esses projetos políticos  sempre estarão interessados apenas no retorno eleitoreiro das urnas e na formação dos abomináveis currais eleitorais, tornando-se sempre em políticas socioculturais indiferentes às críticas e proposições das bases populares que algum dia as alimentaram e elegeram.

A barganha política é algo podre e que está impressa nas entranhas de qualquer negociação com o sistema, principalmente neste formato de sistema político/partidário praticado no Brasil. É preciso termos o cuidado de não estarmos vendendo a nossa própria alma ao diabo, que é o que muitos andam fazendo. Ingênuas criaturas... quando interpeladas, permanecerão  sempre na defensiva do que nunca tiveram sabedoria de fazer. Estes agora "cabos eleitorais", passarão a ser vistos pela história como pedras no caminho; desmobilizadores cruéis das revoluções culturais; perpetuadores dos desmandos e desacertos político-administrativos de uma parte da história que será algum dia revisitada e questionada pelos seus próprios netos e bisnetos. Como diz o ditado reestruturado por mim: pelo andar da carruagem, estes "artistas e ativistas" deixarão como legado às gerações futuras, apenas o produto tóxico dos seus erros. 

Uma coisa é certa: nunca se esquecerão desses fatos, os verdadeiros agentes de transformação sociocultural e as muitas gerações futuras!

fotos: colhidas da internet.

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quarta-feira, 9 de julho de 2014

O PRAZER EM JOGAR VEM ANTES DO PERDER OU GANHAR



Texto: Dario Junior
em 09 de julho de 2014

Perder ou ganhar faz parte de todo qualquer esporte que se preze, mas logicamente, precisamos repensar o entendimento desse processo em nossas atividades esportivas atuais e reorganizar as ideias por um esporte mais humano, sem violência dentro ou fora dos campos e menos dependente da voracidade do capital. Já falei aqui em um comentário anterior, que considero o futebol um esporte que valoriza o grupo, educativo, belo em sua forma de jogo e no desenvolvimento lúdico dos jogadores em campo, compondo um quadro estético de rara beleza. Nunca percebi o futebol como um esporte apenas competitivo, restrito aos logotipos de empresas patrocinadoras e as competições oficiais produzidas pela mídia. Sempre convivi com o futebol como um esporte educativo. Lembro que ele foi bastante importante na minha vida e fez parte dos jogos lúdicos que joguei quando criança! 

 
Desde menino eu já batia uma bola com os amigos nos campinhos de pelada do meu bairro. A meninada toda se reunia para conversar e trocar ideias e o futebol foi um dos grandes responsáveis por me apresentar essa harmonia de grupo que aprendi a desfrutar com os vários amigos. Em outro momento, agora já adolescente, a praia passou a ser o meu campo de futebol predileto. Fui morar no bairro de Tambaú aqui em João Pessoa PB-Brasil, por volta de 1978, próximo a praia de Tambaú de areias branquinhas quando o mar secava, formando um campo perfeito para desenvolver esse esporte maravilhoso! Na praia, chegavam amigos de vários bairros da cidade para participarem da pelada, ampliando constantemente o meu quadro de amigos, sem ser necessário nenhum Facebook para isso! Após os jogos, corríamos todos para um mergulho grupal no mar de águas encantadoras e claras, normalmente nos finais de tarde... Um tempo depois, eu pude competir na escola em que estudava, com o auxílio do meu professor de educação física, e só quem teve esse privilégio, sabe do real valor do futebol nas suas vidas. 

Penso sempre no futebol como um esporte importante no resgate da nossa infância lúdica e incentivador da formação grupal, sem falar na grande importância que ele tem no desenvolvimento físico e mental dos que o praticam. Quando vejo jogadores e torcedores febris quebrando tudo ao redor, se matando e esbravejando aos quatro cantos porque seu time não venceu, eu consigo entender tal atitude: 1- A mídia diária incutindo nas mentes a competição desenfreada; 2- O capitalismo voraz que tomou conta do esporte, supervalorizando passes e reproduzindo logotipos de patrocinadores até no corpo dos jogadores; 3- O pouco contato que talvez tenham tido com o esporte na infância e juventude; 4- O pouquíssimo entendimento do que seja uma competição sadia e prazerosa. 

Continuando no raciocínio, será que teremos que implantar escolas para jogadores e torcedores aprenderem a importância do esporte lúdico e sadio nas suas vidas? Acho que sim.

As fotos deste texto foram colhidas da internet.

*Os textos e fotos de Dario Junior estão licenciados pela Creative Commons. Qualquer utilização,  será possível com a autorização prévia do autor, que deverá ser consultado.

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