segunda-feira, 31 de março de 2014

PASSEIO VIRTUAL NO BAIRRO ONDE NASCI EM CAMPINA GRANDE-PB-BRASIL,UTILIZANDO O GOOGLE STREET VIEW!

Por Dario Junior


      Fotos: Dario Junior via Google Street View (Convento de São Francisco)-CG/PB

Um passeio virtual no bairro do Alto da Conceição em Campina Grande, onde nasci e vivi parte da minha infância, com suas calçadas enladeiradas e lúdicas, um convite as brincadeiras de patinetes de madeira e rodas de rolimã, construídos por mim mesmo, juntamente com os colegas. Do lado da minha casa tinha a igreja de São Francisco, que possuía muros largos e altos e onde eu escalava e corria solto, deixando os padres enlouquecidos! Lembro-me bem que alguns padres atiravam pedras com estilingues para que eu descesse dos muros, sem resultado! 

      Convento de São Francisco- CG/PB

Sempre fui moleque de rua, brincando de subir em árvores, esconde-esconde, garrafão, soltava pipa, jogava bola de gude, pião, fazia meus próprios carrinhos de lata e patinetes de madeira... tudo que criança deve fazer para ter uma infância sadia e feliz! O meu maior prazer era adentrar os canais que ainda circundam toda a cidade de Campina Grande, atrás de peixinhos coloridos, os chamados "lebristes", que tinham caudas coloridas e brilhantes deixando-nos eu é os colegas, loucos de vontade de possuí-los em nossas garrafas e potes de vidro.

 Eu sonhava como os muitos pescadores sonham, em um abençoado dia pegar um peixe enorme! coloridão! cheio de manchas reluzentes! Quase sempre esse sonho se desfazia quando eu era pego por meu pai, atolado até a cintura no canal fétido por onde escorria todo o esgoto sujo da cidade, mas que para mim não passava de um rio inofensivo, transparente  e belo, cheio de peixinhos coloridos...

      Convento de São Francisco- CG/PB

TV só um tempo depois, quando chegou em Campina Grande. A nossa era uma Philips de madeira, com pés e com uma tampa corrediça, feita com taliscas de madeira também, para preservar o tubo de imagem! Quando chegou foi um sucesso!  Minha casa virou um cineclube com dezenas de colegas que sentavam no chão para assistir a programação da época...

     TV Philips com corpo e pernas de madeira (foto retirada do Google)

A casa onde morei grande parte da minha infância, plantada em ruas enladeiradas e algumas de terra, encontra-se agora reformada e perdeu um pouco do encanto que tinha, com um espaço largo ao redor, na época, muro com tijolos vazados, um terraço de piso vermelho e cerâmica quadradinha, pequena e um belo jardim num espaço pequenininho que ficava na frente... parecia que tinha sido feito para mim, que nessa época, tinha o corpinho miúdo e um jeitinho adocicado de inocência,  mas que dava um trabalho tremendo aos papais! 

Tenho uma foto desse tempo (1964), sentado num banquinho, cheirando uma flor com todo carinho e inocência que deve ter um gurizinho de 4 anos. Sentia-me o rei do jardim! enquanto estourava no pais o golpe militar de 64. 

Lembro-me nessa época de ver papai correndo dentro de casa de um lado para outro, com um livro na mão (...), totalmente atônito, desarticuladamente fora de si falando aos sussurros com mamãe, perguntando sobre um lugar seguro para esconder um livro  proibido que havia comprado. Nesse mesmo dia eu o vi assustado durante todo o tempo, andando de um lado para outro. As vezes parava num canto e ficava ouvindo, silencioso... Outras vezes chegava até a porta para olhar a rua, deixando a minha mãe cada vez mais preocupada, enquanto que vindo de lá de fora de casa eu ouvia um barulho incômodo das ruas chegando aos poucos... misturado as vozes alternadas dos passantes.

        Casa onde morei parte da minha infância - CG/PB

Não sabia ao certo o que estava acontecendo naqueles dias sombrios e cheios de expectativas. Alguma coisa no ar denunciava algo que eu não captava no momento e os meus peixinhos coloridos, carrinhos de lata e bolas de gude, se encarregaram de me conduzir suavemente para bem longe daquele mundo sombrio e intrigante dos adultos (Cont.)

      Colégio e Auditório São Francisco- escola onde estudei o jardim da infância 


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quarta-feira, 26 de março de 2014

MÚSICA DA PARAÍBA 1- DARIO JUNIOR E ELIETE MATIAS - JOÃOPESSOA-PB,BRASIL


 Por Dario Junior

        Fotos: Gilberto Firmino

Em 1994 eu, Dario Junior, fiz o show de abertura do VIII FESTIVAL DO SESC/JP-PB, juntamente com Eliete Matias e a participação de Paulo Ró no solo de violão, onde cantei várias músicas de minha autoria. Esta indumentária que estamos usando nas fotos, fazia parte da roupa utilizada como participantes que fomos ( Primeiro Galante e Dama), do Cavalo Marinho do Bairro dos Novais do Mestre João ( veja o post: Histórias do Tempo em que Brinquei no Cavalo Marinho...).

Na primeira foto, estamos usando uma capa preta encobrindo a roupa mas que não fazia parte da indumentária original, justamente porque apresentamos neste show uma performance para evidenciar o luto cultural em que se encontrava a cidade de João Pessoa e o Estado com relação as suas manifestações populares (e ainda se encontra, não é mesmo?). No decorrer da apresentação essas capas iam sendo arrancadas e retiradas do corpo por completo.


Esta percepção do descaso das políticas culturais para com o folclore e as tradições populares, sempre foi uma constante em minhas críticas aos projetos e atividades culturais desenvolvidos pelo Estado e Município, durante todo o período em cartaz do Show Pulsando, em teatros, projetos culturais, festivais, encontros e continua hoje.


Nas minhas performances artísticas sempre tive e tenho a preocupação de unir linguagens, fazendo misturas de música com teatro, teatro de bonecos, artes visuais e dança. Observem que no fundo do palco temos um painel de madeira expondo ex-votos, lamparina de lata, brinquedos populares, bonecos de luva, esculturas e outros objetos, dando o tom do espetáculo.


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domingo, 23 de março de 2014

FEIRA DO MERCADO CENTRAL- JOÃO PESSOA- PB, BRASIL

Por Dario Junior

Fico encantado com a beleza que é a nossa feira do Mercado Central em João Pessoa. Cores, frutas, aromas e sensações aos montes! Não gosto de feira muito arrumadinha, tem que ter um pouco de improvisação, desleixo e criatividade! Sei que não é opinião da maioria, preservar as feiras em toda sua performance, totalmente movida pelo improviso e constantes mudanças na sua arrumação espacial, mas convenhamos, a feira faz parte da nossa cultura milenar e tem um vínculo profundo com nossas sensações e com o histórico de nossas famílias, pais, avôs, etc.

Desde muito tempo os feirantes aprenderam a arte de negociar seus produtos com liberdade e muito espaço físico para poderem ecoar suas vozes, anunciando seus produtos! As fotos aqui apresentadas demonstram isso, foram feitas com o intuito de captar a beleza e simplicidade de uma feira de verdade, com suas cores abundantes e democratização dos espaços.

    Fotos: Dario Junior

Aliás, toda e qualquer mudança estrutural que se queira fazer nas nossas feiras, como construção de boxes azulejados, pisos, divisórias, pavilhões metálicos, coberturas, etc., precisam levar em conta a arquitetura espacial primitiva praticada há séculos pelos nossos feirantes e a forma artística, criativa, com que aprenderam a dispor os produtos para atrair o cliente e consequentemente aumentar as vendas! É um crime cultural querer transformar o espaço das nossas feiras, em horrorosos supermercados ou shoppings compartimentados. 

Nessa visita que fiz para fotografar a feira, conversei com um feirante que demonstrou uma grande insatisfação com o espaço destinado ao seu comércio de frutas e verduras, logo após os projetos de reformas implementados nas feiras da capital. Constatei a precária distribuição dos espaços, com pouca iluminação, ventilação sofrível e um  amontoado desordenado de frutas e verduras nos boxes destinados a cada feirante, que  mais pareciam cubículos apertados  destinados a qualquer outro tipo de mercadoria, menos frutas e verduras.


Acredito que as mudanças propostas por Arquitetos e Engenheiros, na organização estrutural das nossas feiras, precisam estar bastante embasadas em pesquisas e informações atualizadas sobre as características de cada uma. Observa- se que as quitandas externas e ao ar livre, construídas normalmente de madeira e com guarda sois e tendas, são ideais para a mobilidade exigida aos visitantes e aos próprios feirantes. Nesse  tipo de arrumação simples, existe a vantagem de se ter a luz natural como aliada e a ventilação farta das ruas, facilitando assim o fluxo permanente de pessoas.


Meu Pai, hoje com 85 anos, é um entusiasta das feiras. Percebo, quando vou a feira com ele, o quanto demonstra sua satisfação e prazer nos diálogos com os vendedores e feirantes, acostumados a agradar o cliente com ofertas tentadoras e conversas cheias de entusiasmo. Constato um  rejuvenescimento momentâneo, nos dias em que freqüento a feira com meu pai. Ele fica alegre e cheio de vida, parecendo um menino curioso perambulando veloz pelos labirintos coloridos de frutas e folhas formados aleatoriamente e que só as feiras de verdade possuem...


As feiras livres iniciaram desde os tempos dos Fenícios, antes de Cristo, ressurgiram na Grécia antiga e permaneceram por séculos e séculos até os nossos dias. Aconteciam sempre nos períodos de descanso do trabalho ou em dias livres e mobilizavam uma quantidade grande de pessoas, que naquela época, deveriam utilizar o escambo para as transações, ou seja, troca de produtos. Como vemos, existe uma cultura milenar permeando o dia a dia das nossas feiras livres. Percebemos os traços dessa cultura na forma parecida com que os feirantes distribuem seus produtos e artigos, em feiras do mundo inteiro; no jeito descontraído e cheios de improviso identificado nos gestos e vozes dos vendedores e na famosa "pechincha", tradicional das feiras de verdade! Os produtos quase sempre pendurados nas barracas e desajeitadamente organizados é outro traço de similaridade entre feiras de todo o mundo.


Dentre os muitos benefícios que a feira traz para a nossa comunidade eu diria que um dos mais importantes é a forma democrática com que ela acontece e a concorrência saudável entre os vários tipos de negócios ali existentes. Isso com certeza reflete no preço dos produtos, sem contar que a qualidade dos mesmos é superior aos vendidos em outros estabelecimentos mais requintados  e fomentam uma maior sintonia com os produtores locais. 

Proponho aqui uma maior valorização ao trabalho do feirante, muitas vezes um comerciante nato, nascido de pai e mãe feirantes e que tem paixão pelo seu trabalho. O feirante precisa ter seus direitos trabalhistas reconhecidos para no futuro, poder se aposentar com tranquilidade e deixar os seus filhos tomando conta do negócio. O estado precisa estar atento a esse problema trabalhista dos feirantes e possibilitar formas menos burocráticas e específicas de inseri-lo e ampará-lo pelas leis. O caminho correto é o diálogo com as lideranças de cada feira, em seus respectivos bairros e deixar claro que o estado não quer apenas recolher mais imposto agregando mais contribuintes, e sim propiciar segurança e tranqüilidade a este trabalhador importante para nossa comunidade e fundamental para a sobrevivência das nossas Feiras!



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HISTÓRIAS DO TEMPO EM QUE BRINQUEI NO CAVALO MARINHO DO MESTRE JOÃO DO BAIRRO DOS NOVAIS- JOÃO PESSOA-PB-BRASIL


(UM RELATO DA MINHA CONVIVÊNCIA COM O GRUPO CAVALO MARINHO)

Por Dario Jr.

Lembro-me bem dos muitos ensinamentos que recebi do Mestre Joao do Cavalo Marinho do Bairro dos Novais e todo o grupo de jovens que se revezavam felizes dançando e brincando no grupo folclórico nascido naquele bairro. Em minhas andanças pelo bairro eu, Dario Junior, minha companheira Eliete Matias e meu filho Marcel, com 5 anos de idade  naquela época, passamos de admiradores a membros brincantes ( Primeiro Galante e Dama) deste grupo encantador que vem se transformando infelizmente num dos escassos redutos culturais em  processo de extinção, do nosso município e estado.



Por vários meses em companhia do Grupo, chegamos a sentir o quanto de riqueza e potencial cultural era desenvolvido no Bairro dos Novaes. Convivi de perto também com o mestre Joaquim do Babau que residia pertinho do mestre João e formavam uma grande rede cultural de resistência, incluindo seu zequinha da rabeca e um cirandeiro amigo seu, morador na rua atrás da sua. Presenciei também em algum momento dessa história, a triste condição em que se encontrava o Mestre João, pedindo dinheiro a um e a outro, perambulando pelas instituições culturais aqui de João Pessoa atrás de ajuda para o seu Grupo e tendo como reposta quase sempre um "Não". Não posso deixar de mencionar que anos depois, nas últimas conversas que tive com o Mestre ele demonstrava um pouco de alegria com a conquista da sede do grupo e falava com orgulho por possuir um espaço próprio para os ensaios.


Regressando a época do nosso envolvimento com o grupo, convivemos também com seu filho "pirralhinho" que já demonstrava destreza nos movimentos da  dança do cavalo marinho e comandava o grupo como Mestre, levando muito a sério todo o ritual secular daquela dança preciosamente preservada por todos! Como participante pude sentir a riqueza cultural concentrada nos movimentos, letras das músicas e coreografias minuciosamente repetidas, trazendo trejeitos e rituais preservados durante séculos e que desabrochavam como rosas perfumadas em meus olhos e sentidos ávidos e curiosos de tantas cores e gestos! Os sons  das zabumbas, maracás, matraca, rabeca,chocalhos, pandeiros e vozes recitando as loas, faziam-me  mergulhar séculos de distância: nos engenhos suntuosos, na religiosidade preservada do povo nordestino, nas cidades antigas com canaviais ao redor e me transportavam também para países longínquos como Portugal, França, Espanha e ao Continente Africano, tudo formando um grande núcleo colorido, concentrado nos gestos e atitudes dos participantes. o Mestre Joao fez questão de incluir nas coreografias o "Engenho", que ele dizia ser uma surpresa guardada para mim! Ensaiávamos em sua casa numa salinha pequena de uns três metros quadrados com piso de barro, banqueta repleta de santinhos católicos  e  orixás africanos e outras vezes íamos ensaiar na rua em frente a sua casa e começávamos a brincar (dançar) tendo a atenção de toda a comunidade.



Em muitos momentos eu pude compartilhar com o mestre Joao de suas interpretações musicais, batendo o pandeiro e cantando. Percebi a partir de então, o quanto as canções do Cavalo Marinho eram belas e traduziam toda a singeleza das danças. Os instrumentos, em sua maioria percussivos, batiam fundo na alma dos brincantes e de cada espectador presente nas brincadeiras e ensaios. Os trejeitos engraçados do Mateus e da Catirina são sempre um show à parte nas apresentações. No período em que brinquei no grupo, o Mestre Joaquim do Babau ( Pai de Vaval do Babau) não fazia mais a Catirina. Eu cheguei a vê-lo como Catirina em outras apresentações do Cavalo Marinho, anos antes, quando eu era Programador Cultural da Biblioteca Central da UFPB, e fiquei fascinado com sua graça e competência cênica ao interpretar a Catirina, vestido de mulher, com lenço na cabeça, o corpo e o rosto borrados de carvão e com a voz fina para parecer a verdadeira Catirina. Lógico, chamava toda a atenção para si!




Nesse período como Programador Cultural da Biblioteca Central, meu encanto era tanto com o Grupo que cheguei a convidá-lo para dançar na programação cultural da BC. Estávamos no reitorado de Sobrinho e a BC  era Dirigida por  Marilda, que muito incentivaram essa iniciativa. O Cavalo Marinho fez uma apresentação memorável em frente a Biblioteca, fazendo com que todos os estudantes parassem de fazer suas pesquisas e trabalhos, e descessem do primeiro e segundo andares esvaziando os aposentos da BC e viessem compartilhar aquele momento primitivo e irresistível da dança secular do Cavalo Marinho, majestosamente encantador naquele dia, com suas fitas coloridas esvoaçantes e tendo como cenário de fundo coincidentemente uma plantação de Pau Brasil cuidadosamente disposta nos jardins da BC, que ainda hoje deve guardar na memória intrínseca de suas raízes àqueles momentos inesquecíveis! Nesses dias de programação cultural da BC, convidei também os grupos folclóricos: Congos e Pontões de Pombal, o Reizado e tivemos uma apresentação admirável do teatro de bonecos do Mestre Joaquim do Babau para a garotada presente.

Em outro momento também memorável, eu me vejo brincando em pleno Ponto de Cem Réis com o Cavalo Marinho. Todos os pedestres passando apressados para os seus afazeres e compras diárias e nós do Grupo, em pleno centro da cidade, com uma formação arquitetural de nave espacial intergaláctica, com capacetes ofuscantes, os espelhos reluzentes da indumentária do grupo e as roupas multicoloridas soltas ao vento! Brincávamos indiferentes a tudo, ecoando as vozes em todas as direções da praça, tendo o mestre João como condutor batendo o pandeiro e cantando as belas músicas antigas do repertório, na sua maioria de domínio público, sem dono, mas que continuavam nas memórias dos jovens e adultos do grupo. Eu reparava no rosto das dezenas de pessoas a surpresa de nos ver dançando ali, despreocupados com tudo, e escutava o tilintar de moedas sendo lançadas aos montes, num pandeiro no chão. Este cenário passou a ser o eterno cenário de uma das minhas músicas intitulada "Nave", que compus anos antes dessa apresentação no centro de João Pessoa, mas 

que dei de cara com as palavras e melodias dela espalhadas ali por toda a praça, como se nunca  tivessem arredado os versos daquele local. Sim, eu estava a bordo de uma incrível "Nave Intergaláctica" que me conduzia no tempo ao abrir e fechar os olhos, sob a atenção curiosa da platéia deslumbrada!




NAVE (Dario Junior)


TODAS AS PAIXÕES

TODOS OS GRILHÕES

TODAS AS MENTIRAS



SERÃO PÓ...

BEIJOS AOS MILHÕES
LUZES ACENDENDO
ESTE CORAÇÃO
TÃO BOM!

DESERTOS NÃO TERÃO
AS DÚVIDAS NÃO VIRÃO
E TUDO SURGIRÁ
NUMA NAVE ESPACIAL
INTERGALÁCTICA


NO CENTRO DA CIDADE
NO COMÉRCIO INTENSO,
PESSOAS A PASSAR...
E A SURPRESA DE NOS VER PASSAR
NUMA NAVE ESPACIAL INTERGALÁCTICA!